Novos avanços no tratamento da DMRI

Em 2001, os resultados do estudo clínico referente a doenças oculares relacionadas com a idade (AREDS), geraram grande entusiasmo na comunidade de oftalmologistas e optometristas. Este estudo, pretendia investigar a etiologia e os fatores de risco associados à degeneração macular relacionada com a idade (DMRI) e ao desenvolvimento de cataratas. Pretendia-se também avaliar o efeito da administração de doses elevadas de antioxidantes e zinco na progressão da DMRI e cataratas.

Participaram cerca de 4700 indivíduos, com idades compreendidas entre os 55 e os 80 anos. Os participantes foram divididos e submetidos a apenas um dos quatro tratamentos: Administração de zinco ou antioxidantes (vitamina C, vitamina E e beta-carotenos) ou uma combinação de ambos e um grupo placebo.

As dosagens aplicadas foram as seguintes: 500 mg de vitamina C, 400IU de vitamina E, 15 mg (25000 IU) de beta-carotenos, 80 mg de zinco sob forma de óxido de zinco e 2 mg de cobre sob a forma de óxido de cobre.

Após seis anos, fez-se uma nova avaliação a cada um dos participantes. Concluiu-se que a administração oral de doses elevadas de antioxidantes e zinco reduz em 25% o risco de desenvolver DMRI avançada. No entanto, ficou também demonstrado, que as mesmas dosagens não tiveram efeitos significativos no desenvolvimento de cataratas.

Desde então, os suplementos nutricionais avançados rapidamente começaram a ser comercializados por vários laboratórios farmacêuticos e receberam o nome do estudo que lhes deu origem.

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Exemplo de suplemento nutricional.

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Após meses de grande expectativa, foram finalmente revelados os resultados do 2º estudo AREDS.

No seguimento do 1º estudo, os investigadores pretendiam agora melhorar a formula inicial, com o objectivo de desenvolver um suplemento nutricional mais efetivo no combate à DMRI avançada. Foram incorporadas novas substâncias, tal como ácidos gordos omega 3 (DHA e EPA) e carotenóides (luteína e zeoxantina). Pretendia-se também conhecer o efeito da eliminação de beta-carotenos e diminuição da dosagem de zinco.

Participaram neste novo estudo cerca de 4200 indivíduos, entre os 50 e os 85 anos e em risco de desenvolver DMRI avançada.

Os participantes tomaram diariamente um dos quatro suplementos, durante cinco anos: A formula inicial AREDS  ou AREDS sem beta-carotenos ou AREDS com baixa dosagem de zinco (25 mg) ou AREDS sem beta-carotenos e 25 mg de zinco.

Os participantes de cada grupo foram ainda sujeitos à administração de luteína/zeoxantina (10 mg/2 mg) ou ácidos gordos omega 3 (1000 mg) ou uma combinação de luteína/zeoxantina e ácidos gordos omega 3 e um grupo placebo.

A progressão da DMRI avançada foi determinada ao longo desses cinco anos por análise fotográfica ao fundo ocular (retina) ou pelo tratamento da condição patologica.

Os resultados indicam que a inclusão de luteína/zeoxantina e ácidos gordos omega 3 não tem um efeito significativo no aparecimento e progressão da DMRI avançada. Ainda assim, os investigadores consideraram importantes os resultados obtidos:

– Ao longo dos cinco anos, o risco de desenvolver DMRI avançada foi reduzido em 18% no grupo de participantes que tomaram AREDS com luteína/zeoxantina e sem beta-carotenos, isto comparando com o grupo ao qual foi administrado AREDS com beta-carotenos e sem luteína/zeoxantina.

Participantes com uma dieta pobre em carotenóides no inicio do estudo, beneficiaram com a administração destas substâncias. Estima-se que a probabilidade de desenvolver DMRI avançada terá decaído em 25% face a participantes com dietas similares que não tomaram luteína/zeoxantina.

– A eliminação de beta-carotenos na formula inicial AREDS não provocou efeitos significativos na eficácia do suplemento. O que foi considerado de grande importância, visto que a ingestão de elevadas quantidades de beta-carotenos por parte de indivíduos fumadores, aumenta o risco de contrair cancro do pulmão.

– A diminuição de óxido de zinco também não revelou quaisquer efeitos na eficácia dos suplementos. No entanto, os nutricionistas recomendam uma dose mais baixa deste componente.

Para mais informações não deixe de visitar: http://www.nei.nih.gov/amd/

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